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AGORA É A HORA DE TORNAR-SE ESSENCIAL. MAS COMO?

  • 22 DE June DE 2020
  • Ricardo Missel
  • Artigos

Baseado no artigo “To lead in a changed world make yourself essential” de David Clarke para Strategybusiness.com

Por Ricardo Missel*

Nos últimos meses, vimos ações em diversas regiões pelo mundo que priorizavam apenas o funcionamento de negócios essenciais: atividades consideradas fundamentais para a continuidade de nossas vidas, para que tivéssemos o mínimo necessário e conseguíssemos passar pela pandemia. Entretanto, precisamos considerar que a busca constante pelo essencial deve ser a nova realidade daqui para frente. E o que isso significa?

Esse momento exacerbou algumas realidades que estavam escondidas por trás de uma abundância de recursos para uma boa parte das empresas. Recursos financeiros, humanos, materiais, tecnológicos e de tempo. Agíamos na maioria das vezes com pouca preocupação com relação ao desperdício e a busca pela alta performance, pois não tínhamos a preocupação real com a finitude dos recursos ou até mesmo com as consequências de nossas ações.

A nova realidade veio para ficar. O senso de alerta em relação ao que é ou não é essencial em nossas vidas e nos negócios está e irá impactar diretamente nosso dia a dia e nossas estratégias. Precisaremos ressignificar nosso contexto e nossas atitudes a fim de adaptá-las e torná-las essenciais em um ambiente onde as relações de consumo serão cada vez mais exigentes, qualificadas e colaborativas. Seremos (pessoas e empresas) constantemente analisados a partir do questionamento: “isso é realmente essencial para mim / para o meu negócio?”

Dentro desse contexto, precisamos exercitar alguns aspetos que tem se mostrado como mais relevantes na determinação sobre o que é ou não é essencial. Aqui destacamos quatro deles:

- Ser digital:

O quanto a operação do seu negócio / trabalho consegue ser digital? Isso responde algumas novas demandas em relação ao distanciamento social, globalização dos mercados e agilidade de entrega. Se você é muito “analógico” é provável que enfrente barreiras ainda mais complexas dentro desse novo cenário de essencialidade.

- Ser específico:

Não tente fazer de tudo um pouco. A especificidade provavelmente é uma tendência dos negócios, tendo em vista a demanda por maior qualidade e P&D. Se você abre muitas portas terá que abrir muitos caminhos diferentes, o que demanda muitos recursos em um mundo em recessão. Dentre suas atividades e entregas, selecione aquilo que você ou sua empresa são realmente diferenciados e direcione seu foco para isso.

- Ser ágil:

Você provavelmente já ouvir falar em Métodos Ágeis. Se não, vá atrás de informações e veja como isso pode potencializar suas atividades. São novas abordagens sobre regras de negócio e relacionamento estabelecidas há muitos anos no mundo das organizações. Talvez você tenha que quebrar alguns paradigmas nesse momento.

É uma metodologia que parte de 4 fundamentos-chave, que se tornaram ainda mais relevantes para nova realidade.

  • Indivíduos e interações acima de processos e ferramentas;
  • Software funcionando acima de documentação abrangente;
  • Colaboração com o consumidor/cliente acima de negociação de contratos;
  • Resposta às transformações/mudanças, mais do que seguir um plano.

- Ser resiliente

Como todo aprendizado e mudança, os erros podem ser mais constantes do que os acertos. Portanto, desenvolver a resiliência nesse momento é fundamental. Ela será a maior moeda de troca para ultrapassar as barreiras mais complexas da incerteza, ressignificação e experimentação.

Se você desenvolver esses aspectos dentro do seu negócio ou no seu perfil profissional, você estará mais próximo de se tornar essencial aos olhos do mundo, pois estará mais “adaptado e adaptativo” à nova realidade.

*Ricardo Missel é sócio da Missel Capacitação Empresarial, Administrador e Especialista em Design Estratégico.

Imagem do artigo: diana.grytsku / Freepik