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Autoconhecimento para humanização

  • 08 DE February DE 2021
  • Ricardo Missel
  • Artigos

Imagem: freepik / creativeart

Nos últimos anos, foi possível perceber entre os profissionais, principalmente os mais jovens, um movimento em busca da satisfação pessoal e do propósito individual quando procuram um lugar para trabalhar. Ambos têm sido conceitos muito debatidos no ambiente organizacional por razões bastante claras que comprovam sua relevância.

A era da submissão e da importância do papel de autoridade está acabando nas organizações. Isso ocorre principalmente a partir do momento em que as lideranças percebem que existe muito ganho de produtividade quando o colaborador trabalha com satisfação, alinhando seu propósito de vida pessoal com o profissional, em comparação com o trabalho onde a subordinação é sinônimo de disciplina e sucesso no negócio.

Esse movimento está relacionado ao desenvolvimento do autoconhecimento das lideranças. Para ocorrer de forma genuína e positiva, a liderança precisa primeiro conhecer os seus sentimentos, emoções e interpretar os seus próprios pensamentos para conseguir evoluir na posição de líder. Uma boa relação entre duas pessoas em qualquer contexto demanda empatia e respeito, coisas que só podem se manifestar de forma verdadeira quando desenvolvidas de dentro para fora. Esse é um princípio básico do autoconhecimento.

Empresas que investem no autoconhecimento de seus líderes através de ferramentas de avaliação de perfil e competências criam a oportunidade de que as pessoas reflitam sobre seus comportamentos e sejam honestos consigo mesmos em relação às suas virtudes e fraquezas. Essa é uma tarefa de responsabilidade individual, pois ninguém pode fazer pelo outro. Assumir que não somos perfeitos e desenvolver a consciência da necessidade de se desenvolver é crítico para qualquer pessoa.

Quando o líder consegue evoluir na busca do autoconhecimento, o modelo de liderança se humaniza e isso reflete diretamente no modelo de gestão dos recursos humanos. As pessoas da organização passam a ser vistas e tratadas como seres vivos que constituem um organismo em constante evolução e que o trabalho é uma parte, mas não é tudo. Conforme falamos no início do artigo, os profissionais precisam perceber a organização como um espaço que complemente sua satisfação pessoal e propósito de vida.

Nessa constante busca pela realização na vida pessoal e profissional, criar ambientes mais humanizados é um desafio das lideranças. O movimento que contrata pessoas por suas competências técnicas e demite pelos seus comportamentos e atitudes precisa terminar. As relações precisam se desenvolver com base em confiança, respeito e empatia. Ainda, a ressignificação do papel das pessoas como agentes de mudança e inovação precisa compreender a necessidade de não separarmos a vida pessoal da profissional. É preciso compreender que somos todos um só a todo momento. A promoção de um ambiente organizacional mais humanizado só traz benefícios para ambas as partes.