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O TRABALHO DO FUTURO

  • 30 DE September DE 2018
  • Por Claudio D’Amico*
  • Artigos

Desde que a vida começou o homem trabalha. Trabalha para sobreviver, lutando para não morrer, procurando comida, fazendo comida, construindo para ter onde morar, para constituir família, proteger sua família, conquistar, ou seja, para alcançar as suas necessidades (hierarquia das necessidades de Maslow).

Próximo à modernidade, quando vieram os computadores, as pessoas falavam que os computadores tirariam o trabalho das pessoas. Isto foi verdade? Negativo. É claro que profissionais como os datilógrafos não existem mais, a não ser os que se atualizaram e passaram a digitadores. Isto só para citar um exemplo. Mas muitas outras profissões surgiram na sequência, como técnicos de computadores e programadores.

Há pouco tempo com o aumento do número de robôs nas indústrias, foi a mesma coisa. As pessoas diziam que os robôs iriam tirar o emprego das pessoas. Isto foi verdade? Negativo. Mas um ponto importante nesta situação é que os robôs tiraram o trabalho (repetitivo e perigoso) das pessoas, onde havia um grande risco de acidentes e de doenças ocupacionais como a lesão por esforço repetitivo (LER). Para as pessoas que se prepararam, assumiram um tipo de trabalho que exige maior responsabilidade e possivelmente com menos esforço físico.

Uma empresa cliente, que está aumentando cada vez mais o número de robôs na fabricação de seus produtos, em 2017 admitiu 500 novos funcionários. Novas profissões e especialidades também estão surgindo com o advento da automatização das linhas de produção, mecânicos de manutenção e programadores destes robôs.

A reflexão deste tema é a necessidade de preparo das pessoas em função das constantes mudanças do ambiente do trabalho. A todo momento, surgem novos trabalhos, novas profissões e a necessidade de adquirir novas competências, tanto técnicas como comportamentais.

Um fato curioso foi com outra empresa cliente, onde o gerente de recursos humanos comentou que o seu critério para selecionar pessoas é a capacidade de aprendizagem de novas competências, que ele não sabe quais serão e dentro de um tempo que ele também não sabe qual será. Este processo é de grande complexidade, além de parecer estranho. Mas é isto que está acontecendo neste momento disruptivo, onde tudo está mudando com muita rapidez.

As profissões e os empregos estão sofrendo mudanças significativas, tanto que a legislação trabalhista teve que ser atualizada, mas o trabalho continua. Então para o “trabalho de amanhã”, mas que já está acontecendo hoje, precisamos nos preparar para as Competências 4.0. Uma destas, que foi relatada pelo gerente de RH no parágrafo anterior, é a Gestão do (Auto)Conhecimento, onde cada indivíduo deve ser o responsável pelo seu autoconhecimento e aperfeiçoamento profissional, de maneira continuada.

As empresas buscam profissionais com inteligência emocional (IE) desenvolvida e com habilidades em multidisciplinaridade. A inteligência emocional, que é um termo introduzido por Daniel Goleman, se refere à capacidade de compreender e gerenciar os próprios sentimentos, assim como o sentimento dos outros. A multidisciplinaridade compreende o interesse e a busca do conhecimento de várias disciplinas (matérias e assuntos diversos). Não se trata de ser especialista em tudo, mas ser especialista em uma ou duas áreas e ter bom conhecimento em várias outras.

A grande vantagem deste profissional é a capacidade de encontrar soluções para problemas de maior complexidade além da facilidade de se relacionar com os vários perfis do ambiente profissional e social.

A batalha pela sobrevivência continua. Então, vamos arregaçar as mangas e mãos à obra, ou melhor, “cabeça à obra”. Vale a pena!

 

Claudio D’Amico

Diretor de Performance da Missel Capacitação Empresarial